A manutenção baseada no tempo é uma das estratégias mais usadas na indústria quando o foco da empresa é o alto índice de produtividade das máquinas. O motivo é que esse planejamento permite manter os ativos com o melhor funcionamento possível.
Aliás, você já ouviu falar da parábola do lenhador que sempre para em algum momento do dia para afiar o seu machado? A ideia é simples: enquanto ele descansa, também aproveita para deixar o seu instrumento de trabalho mais afiado (e com melhor desempenho).
Assim, com menos machadadas, ele consegue derrubar árvores. Enquanto que se não fizesse as pausas para afiar o seu machado, ele teria que fazer mais força física e dar mais machadadas para derrubar as árvores. É a mesma ideia da manutenção TBM. Entenda!
- O que é manutenção baseada no tempo
- Como funciona a manutenção baseada no tempo
- Por que realizar a manutenção baseada no tempo
- Como implementar a manutenção baseada no tempo
- UBM – A manutenção industrial planejada baseada no uso
O que é manutenção baseada no tempo
A Manutenção Baseada no Tempo vem da expressão Time Based Maintenance (TBM). Em alguns softwares e empresas, ela também é conhecida como Manutenção Periódica. Em todo caso, se dedica a indicar os períodos de manutenção a partir de um tempo fixo.
Ou seja, o foco está no intervalo pré-estabelecido de dias, sem considerar a condição do equipamento ou o uso dele. Como toda manutenção preventiva, o objetivo aqui é evitar falhas futuras que poderiam comprometer ainda mais os ativos.
Ao mesmo tempo, o uso da TBM vai fazer com que o desempenho dela se mantenha alto, aumentando relativamente o equilíbrio que fica entre risco e recompensa.
Como funciona a manutenção baseada no tempo
Para entender como funciona esse tipo de manutenção, uma boa ideia é a gente fazer uma analogia com a troca de óleo dos automóveis. Se você já notou, os fabricantes dos óleos recomendam a troca a partir do tempo (em dias) ou da rodagem (quilômetros).
A manutenção baseada no tempo é como a troca feita a partir dos dias. Geralmente, se fala em 6 meses no caso dos óleos para carros. Ainda assim, os mecânicos dizem: 6 meses ou 5.000/10.000 quilômetros. Então, há duas possibilidades para o dono do veículo.
E ele vai fazer a substituição do óleo usado pelo novo quando uma das indicações acontecer: tempo ou quilometragem. Sabendo disso, vem a reflexão: o que vai acontecer se ele chegar nesse tempo de 6 meses e não trocar o óleo do carro?
Em um primeiro momento pode ser que nada aconteça. Porém, o desempenho do motor não será tão bom como poderia ser. Ao contrário, a troca feita no tempo certo vai garantir a estratégia de manutenção, que traz benefícios como a prevenção de problemas maiores.
Essa mesma linha de pensamento pode ser usada para a manutenção TBM de equipamentos e máquinas, o que é comum de acontecer na indústria.
Por que realizar a manutenção baseada no tempo
Já entendemos o que é e como funciona esse tipo de manutenção. Agora é hora de a gente ver os reais benefícios desse mecanismo em uma empresa. A manutenção periódica tem vantagens que vão dos custos menores até o funcionamento em alta performance. Veja.
Os custos reduzidos
Essa manutenção apresenta os custos mais baixos no decorrer da gestão, especialmente quando é comparada com a que é feita de forma corretiva e emergencial.
A facilidade de aplicação
É uma manutenção fácil de ser implementada (vamos falar mais disso abaixo). Ela não usa sensores ou instrumentos adicionais para saber quando os ativos passaram pelos ajustes.
A previsibilidade
Em os vários tipos de manutenção que existem na indústria, essa é uma das mais previsíveis porque basta seguir o período de tempo definido no cronograma.
A eficiência
Como maior diferencial, a manutenção baseada no tempo traz a regularidade do alto desempenho dos equipamentos. Isso porque os desgastes maiores são evitados, permitindo o trabalho de ajustes eficiente e o bom funcionamento dos ativos.
Como implementar a manutenção baseada no tempo
Apesar de ser a manutenção mais simples de ser implementada, saiba que ela pode ser flexível a ponto de que o gestor pode mudar as datas com base no seu cronograma ou nas tendências. O ponto importante é saber que ela deve acontecer de forma sistemática.
Abaixo, temos alguns detalhes que devem ser considerados na programação periódica.
As prioridades
A primeira coisa é levar em consideração o campo sobre a priorização. Até porque é notável ver que um dos erros mais comuns na gestão de manutenção é não usar a matriz de criticidade, que organiza os ajustes que devem acontecer primeiro.
Os ciclos
Depois, os ciclos. Ou seja, se em algum caso extremo a manutenção UBM foi feita fora da data programada, vale a pena manter as datas originais para os próximos períodos, a fim de que não se prejudiquem as outras programações existentes. É o famoso “manter o ciclo”.
O tempo
Após ler todo esse conteúdo, pode ser que uma pergunta que venha à sua cabeça seja: mas, qual é o tempo certo para fazer essa manutenção? Os intervalos vão depender dos fabricantes. Por isso, vale a pena ler todas as instruções para manter o bom desempenho.
As métricas
Na verdade, esse não é um passo entre as etapas para implementar o UBM na indústria. E sim uma espécie de comprovação de que essa estratégia realmente é eficaz. A dica é usar métricas, como o MTBF – conheça alguns detalhes dele abaixo.
A métrica do MTBF
MTBF vem de Mean Time Between Failures, que indica o tempo médio entre as falhas de um mesmo ativo. E para quem entendeu o conceito do UBM fica fácil saber que quando essa manutenção é aplicada, as falhas dos equipamentos se tornam menos comuns.
Então, quando se aumenta o MTBF, também é possível se chegar às melhorias na qualidade dos processos. É uma métrica muito usada na indústria por empresas que estão em busca do alto índice de produtividade e eliminando períodos ociosos.
A fórmula do MTBF é simples. Primeiro, é preciso fazer a subtração do Tempo Total de Disponibilidade (tempo em que a máquina funciona sem paradas ou problemas) com o Tempo Total de Manutenção (tempo que a máquina fica parada para conserto).
Por fim, pega-se esse resultado e divide pelo Número de Paradas (quantidade de vezes que a máquina pára e precisa de manutenção). O resultado é o MTBF.
UBM – A manutenção industrial planejada baseada no uso
No último artigo, nós explicamos o que é a Manutenção Baseada em Horas de Uso, que vem de Usage Based Maintenance (UBM). O objetivo dela está em avaliar um equipamento pelo uso dele, levando em consideração o tipo de manutenção preventiva.
As etapas para a UBM acontecer são: os limites do uso, as configurações do sistema e as coletas de dados. E os resultados mais diretos passam pelo aumento da vida útil dos equipamentos, a maior disponibilidade deles é a melhor tomada de decisão do gestor.
Para saber mais sobre as manutenções preventivas
O nosso blog tem muito conteúdo valioso sobre a manutenção industrial preventiva. Essa é a opção mais recomendada porque é a mais efetiva e a mais barata também. Nos últimos artigos, a gente explica como montar um planejamento, sobre os indicadores, tipos e mais!
Ah, e se você que leu o texto desde o começo ainda não conhecia a metáfora do lenhador, a gente tem um resumo dela aqui:
“Um lenhador experiente foi desafiado por um forte jovem: provar quem conseguiria cortar mais árvores. O jovem derrubou mais árvores no começo. E se empolgava todas as vezes que olhava para o lado e via o velho lenhador sentado. No entanto, no final do dia, o jovem ficou surpreso ao ver que o seu adversário havia vencido a disputa. ‘Como’, ele perguntou? ‘Eu parava não apenas para descansar, mas para afiar o meu machado’, explicou o sábio lenhador”.