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Manutenção Baseada no Tempo (TBM): o que é e como implementar

Manutenção Baseada no Tempo (TBM) – o que é e como implementar

A manutenção baseada no tempo é uma das estratégias mais usadas na indústria quando o foco da empresa é o alto índice de produtividade das máquinas. O motivo é que esse planejamento permite manter os ativos no melhor funcionamento possível.

Aliás, você já ouviu falar da parábola do lenhador que sempre para em algum momento do dia para afiar o seu machado? A ideia é simples: enquanto ele descansa, também aproveita para deixar seu instrumento de trabalho mais afiado (e com melhor desempenho).

Assim, com menos machadadas, ele consegue derrubar as árvores. Mas, note que isso só acontece porque ele faz essas pausas para afiar o machado. Caso contrário, teria que fazer mais força física para executar o trabalho. Essa é a mesma ideia da manutenção TBM. Entenda!

O que é manutenção baseada no tempo (TBM)?

Manutenção baseada no tempo vem da expressão Time Based Maintenance (TBM). Em alguns softwares e empresas, também é conhecida como Manutenção Periódica. Em todo caso, se dedica a indicar os períodos de manutenção a partir de um tempo fixo.

Ou seja, o foco está no intervalo pré-estabelecido de dias, sem considerar a condição do equipamento ou o uso dele. Como toda manutenção preventiva, o principal objetivo é evitar falhas futuras que poderiam comprometer os ativos.

Ao mesmo tempo, o uso da TBM faz com que o desempenho desses maquinários se mantenha alto, elevando o equilíbrio entre risco e recompensa.

Como funciona a manutenção baseada no tempo?

Para entender como funciona esse tipo de manutenção, uma boa ideia é a analogia com a troca de óleo dos automóveis. Se você já notou, os fabricantes dos óleos recomendam a troca a partir do tempo (em dias) ou da rodagem (quilômetros).

  1. A manutenção baseada no tempo é a troca feita a partir dos dias. Geralmente, a indicação no caso dos óleos para carros é para 180 dias, isto é, 6 meses.
  2. Outra opção oferecida é a manutenção por rodagem. Sendo assim, trocar o óleo a cada 5.000/10.000 quilômetros também é uma possibilidade.

Geralmente, os mecânicos, ou outros profissionais que lidam com veículos, fazem a substituição do óleo usado quando uma das indicações acontecer: tempo ou quilometragem. Sabendo disso, vem a reflexão: 

O que vai acontecer se o veículo passar desse tempo ou uso sem realizar a troca do óleo?

No primeiro momento, pode ser que nada aconteça. Porém, o desempenho do motor não será tão eficiente como poderia ser se a troca de óleo tivesse sido feita. Ao contrário, obedecendo essa manutenção certa, há a prevenção de problemas maiores, como o risco de o motor se fundir.

Essa mesma linha de pensamento pode ser usada para a manutenção TBM de equipamentos e máquinas, comum em vários segmentos da indústria. A importância se dá tanto pelo melhor desempenho dos componentes quanto pela prevenção de falhas e riscos maiores.

Por que realizar a manutenção baseada no tempo?

Por que realizar a manutenção baseada no tempo?

Já entendemos o que é e como funciona essa manutenção. Agora é hora de vermos os reais benefícios d estratégia para as empresas. A manutenção periódica tem vantagens que vão da redução de custos até o funcionamento em alta performance. Veja.

Redução de custos

Esse mecanismo apresenta redução de custos para o negócio no decorrer da gestão. Especialmente quando é comparada à corretiva, que além de ser emergencial também é muito mais cara.

Facilidade de aplicação

É uma manutenção fácil de ser implementada (vamos falar mais disso abaixo). Ela não usa sensores ou instrumentos adicionais para saber quando os ativos passaram pelos ajustes.

Mais previsibilidade

Entre vários tipos de manutenção industrial, essa é uma das mais previsíveis porque basta seguir o período definido no cronograma. Com isso, diminuem-se as paradas excessivas.

Mais segurança

Ao ter equipamentos em bom funcionamento, aumenta-se a segurança no uso deles. Portanto, cria-se um ambiente favorável aos operadores, assim como às mercadorias.

Maior eficiência

A TBM traz a constância no alto desempenho dos equipamentos. Isso porque os desgastes maiores são evitados, permitindo ajustes rápidos e o bom funcionamento dos ativos.

Como implementar a manutenção baseada no tempo?

Apesar da manutenção baseada no tempo ser a mais simples de ser implementada, ela é flexível. Ou seja, o gestor ou gerente pode mudar as datas com base no cronograma ou nas tendências. O ponto importante é saber que ela deve acontecer de forma sistemática.

Abaixo, temos alguns detalhes que devem ser considerados na programação periódica.

As prioridades

A primeira coisa é levar em consideração o campo sobre a priorização. Até porque é notável ver que um dos erros mais comuns na gestão de manutenção é não usar a matriz de criticidade, que organiza os ajustes que devem acontecer primeiro. 

Os ciclos

Depois, os ciclos. Ou seja, se em algum caso extremo a manutenção TBM foi feita fora da data programada, vale a pena manter as datas originais para os próximos períodos, a fim de que não se prejudiquem as outras programações existentes. É o famoso “manter o ciclo”.

O tempo

Após ler todo esse conteúdo, pode ser que uma pergunta que venha à sua cabeça seja: mas, qual é o tempo certo para fazer essa manutenção? Os intervalos vão depender dos fabricantes. Por isso, vale a pena ler todas as instruções para manter o bom desempenho.

As métricas

Na verdade, esse não é um passo entre as etapas para implementar o TBM na indústria. E sim uma espécie de comprovação de que essa estratégia realmente é eficaz. A dica é usar métricas, como o MTBF – conheça alguns detalhes dele abaixo.

Para saber mais, baixe nosso guia definitivo de PCM (Planejamento e Controle de Manutenção):

Guia de manutenção preditiva: acesse e baixe!

A métrica do MTBF

MTBF vem de Mean Time Between Failures, que indica o tempo médio entre as falhas de um mesmo ativo. E para quem entendeu o conceito anterior fica fácil saber que quando essa manutenção é aplicada, as falhas dos equipamentos se tornam menos comuns.

Então, quando se aumenta o MTBF, também é possível se chegar às melhorias na qualidade dos processos. É uma métrica muito usada na indústria por empresas que estão em busca do alto índice de produtividade e querem eliminar os períodos ociosos.

A fórmula do MTBF é simples. Primeiro, é preciso fazer a subtração do Tempo Total de Disponibilidade (tempo em que a máquina funciona sem paradas ou problemas) com o Tempo Total de Manutenção (tempo que a máquina fica parada para conserto).

Por fim, pega-se esse resultado e divide pelo Número de Paradas (quantidade de vezes que a máquina pára e precisa de manutenção). O resultado é o MTBF.

Outros indicadores de desempenho comuns no setor de manutenção são:

  • Backlog de manutenção,
  • Confiabilidade de ativos,
  • Mean Time to Repair (MTTR) e
  • Satisfação do cliente.

Saiba mais: manutenção industrial baseada no uso (UBM)

Manutenção industrial baseada no uso (UBM)

Em um recente artigo, explicamos o que é a Manutenção Baseada em Horas de Uso, que vem de Usage Based Maintenance (UBM). O objetivo dela está em avaliar um equipamento pelo uso dele, considerando a manutenção preventiva.

Lembra do exemplo da troca de óleo de carro? Então, basicamente:

  • Manutenção TBM seria a troca a partir do tempo (em dias ou meses) e
  • Manutenção UBM é como a troca a partir do uso (em quilômetros).

As etapas para a UBM acontecer são: os limites do uso, as configurações do sistema e as coletas de dados. E os resultados mais diretos passam pelo aumento da vida útil dos equipamentos, a maior disponibilidade deles é a melhor tomada de decisão do gestor.

Agora que você entendeu todo o conceito de TBM, que tal aprender sobre UBM? Leia o conteúdo na íntegra: Manutenção Baseada em Horas de Uso – o que é e como implementar.

Já para fazer o comparativo entre as manutenções TBM e UBM, há outra leitura mais indicada: Comparativo de Manutenção Preventiva – saiba qual escolher.

A manutenção baseada no tempo e outros assuntos industriais

No nosso blog, temos vários conteúdos sobre a manutenção industrial preventiva, uma estratégia interessante por ser efetiva e mais econômica para as empresas. Nos últimos artigos, vimos sobre a manutenção baseada no tempo e nas horas, por exemplo.

Em outros, contamos como montar um planejamento, avaliar indicadores e muito mais! Você pode acessar a qualquer momento e todos os conteúdos são disponibilizados lá gratuitamente: 

> Acessar Blog da Empotech

Se você leu o texto desde o começo ainda não conhecia a metáfora do lenhador, veja este resumo:

Um lenhador experiente foi desafiado por um forte jovem: provar quem conseguiria cortar mais árvores. O jovem derrubou mais árvores no começo. E se empolgava todas às vezes que olhava para o lado e via o velho lenhador sentado.

No entanto, no final do dia, o jovem ficou surpreso ao ver que o seu adversário havia vencido a disputa. ‘Como’, ele perguntou? ‘Eu parava não apenas para descansar, mas para afiar o meu machado’, explicou o sábio lenhador.

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